domingo, 13 de junho de 2010

O Grande Festim (Professor Glauco César - Colégio Municipal Álvaro Lins)

Conforme o entendimento dos religiosos cristãos, o antropofagismo, era um ritual necessário para se entender, em toda sua plenitude, a essência do caráter de Deus.
Era assim, que os Jesuítas (Companhia de Jesus,liderados pelo Padre Antônio Vieira, defendiam os nativos, com suas culturas rudimentares, ao invés de enfrentá-los com uma visão preconceituosa e bestificada, como faziam os descobridores e colonizadores, que definiam o canibalismo como um "costume bárbaro".
Normalmente, a vítima ou presa do canibalismo não nutria medo ou pavor, ao invés disso sentia-se lisonjeada por achar que o estômago dos seus opressores era a supultura ideal para um guerreiro destemido, era, na verdade, uma altiva vítima.
Sabiamente, o Padre Antônio Vieira construiu um sincretismo cultural, fundindo o rudimentar sistema andrófago com o sacramento da Eucaristia, onde os fiéis praticam, sem constrangimento, o "canibalismo cristão", deglutindo impiedosamente o corpo de Cristo e, dessedentando sua sede espiritual com o sangue e alma da divindade, num dos rituais mais macabros do cristianismo. E a vítima sacrificial, em troca da catacumba humana, lhes oferece a salvação!
Só assim os portugueses, que eram praticantes do catolicismo. deixam em paz os nativos com suas culturas sacramentais, ao perceber que também, de certa forma, eram praticantes do banquete antropofágico.

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